A sala de aula como lugar de criação: implicações do método cartográfico para pensar uma educação.

Geography colloquium series: O Colloquium acontecerá na Universidade de São Diego, no dia 18/04/2025, e será ministrado pela Profa. Carolina Rodrigues de Sousa, professora da Universidade Federal de São Carlos, que atua no Departamento de Metodologia de Ensino. Suas contribuições no campo da educação dialogam com a filosofia da diferença, mas especificadamente na relação ciencia e arte para pensar a formação dos professores e processos relacionados ao aprender.

Resumo

Ninguém sabe de antemão como um corpo aprende, é uma frase do filosofo Gilles Deleuze 

A Educação, fortemente marcada por influencias da Revolução Industrial, até hoje pensa a formação dos alunos a partir da lógica do progresso e da padronização do produto a ser entregue, desde o início até o final. A instituição escolar nasce com o intuito de fabricar, não apenas um modelo educativo, mas, sobretudo, sujeitos e subjetividades. Nesse espaço, um ensino verticalizado e pré-estabelecido é reproduzido sistematicamente.

Em um outra direção, assumindo um caráter transitório, aberto a atravessamentos imprevistos, propomos a cartografia como possibilidade de pensar a sala de aula como um lugar de criação, entendendo que o aprender não é um processo natural e voluntário.

A cartografia, pensada por Gilles Deleuze e Félix Guattari, tem sido utilizada por diferentes campos do saber como um método de pesquisa que se desloca das etapas lineares e pré-concebidas para dar lugar aos processos, com todos as marcas de imprevisibilidade e transitoriedade que os atravessam. Nesse sentido, pode ser considerada uma espécie de antimétodo, já que um de seus princípios fundamentais é a disponibilidade aos encontros, sempre únicos e singulares e, nessa medida, não replicáveis. O fazer cartográfico só acontece no encontro entre campos de forças e paisagem, ou seja, em ato. Proponho pensar nas contribuições desse método para o campo da educação, tomando a escola como paisagem e os profissionais da educação e estudantes como agentes que fazem do ato educativo um lugar de invenção.