A sala de aula como lugar de criação: implicações do método cartográfico para pensar uma educação.
Resumo
Ninguém sabe de antemão como um corpo aprende, é uma frase do filosofo Gilles Deleuze
A Educação, fortemente marcada por influencias da Revolução Industrial, até hoje pensa a formação dos alunos a partir da lógica do progresso e da padronização do produto a ser entregue, desde o início até o final. A instituição escolar nasce com o intuito de fabricar, não apenas um modelo educativo, mas, sobretudo, sujeitos e subjetividades. Nesse espaço, um ensino verticalizado e pré-estabelecido é reproduzido sistematicamente.
Em um outra direção, assumindo um caráter transitório, aberto a atravessamentos imprevistos, propomos a cartografia como possibilidade de pensar a sala de aula como um lugar de criação, entendendo que o aprender não é um processo natural e voluntário.
A cartografia, pensada por Gilles Deleuze e Félix Guattari, tem sido utilizada por diferentes campos do saber como um método de pesquisa que se desloca das etapas lineares e pré-concebidas para dar lugar aos processos, com todos as marcas de imprevisibilidade e transitoriedade que os atravessam. Nesse sentido, pode ser considerada uma espécie de antimétodo, já que um de seus princípios fundamentais é a disponibilidade aos encontros, sempre únicos e singulares e, nessa medida, não replicáveis. O fazer cartográfico só acontece no encontro entre campos de forças e paisagem, ou seja, em ato. Proponho pensar nas contribuições desse método para o campo da educação, tomando a escola como paisagem e os profissionais da educação e estudantes como agentes que fazem do ato educativo um lugar de invenção.